O que é a gravidez ectópica?
A gravidez ectópica é o nome que se dá a uma gravidez que acontece fora do útero, isto é, quando um ovo fecundado se implanta fora da cavidade uterina. A maioria dos casos de gravidez ectópica ocorre nas Trompas de Falópio, um canal que liga os ovários ao útero. Essa gravidez é popularmente chamada de gravidez nas trompas ou gravidez tubarina.
No entanto, em 10% dos casos, a implantação do ovo também pode ocorrer em outros lugares como na cavidade abdominal, nos ovários, no canal cervical ou no colo do útero.
Uma gravidez ectópica não pode evoluir, pois como o ovo fecundado não se encontra no local correto (no útero) para crescer e buscar nutrientes, e por isso não sobrevive. Esse tipo de gravidez representa o risco para as mulheres, pois o ovo pode crescer e causar uma hemorragia interna grave.
Por isso, uma gravidez ectópica deve ser tratada de forma precoce para preservar a fertilidade e a até a vida da mulher.
Causas da gravidez ectópica
Existem várias causas da gravidez ectópica. A mais comum é a existência de algum tipo de infecção no caminho por onde o ovo deve passar, atrapalhando seu percurso natural até o útero ou deslocando ele para locais improváveis como a cavidade abdominal ou no colo do útero.
No entanto, qualquer outra causa que dificulte a passagem do ovo pelo canal tubário favorece a gestação fora do útero, como o tabagismo ou algum defeito congênito.
Fatores de risco da gravidez ectópica
Uma gravidez ectópica pode ocorrer com qualquer mulher em período fértil. Contudo, alguns factores apresentam uma maior probabilidade de risco para as mulheres.
- Gravidez ectópica anterior;
- Ter feito uma cirurgia nas trompas anteriormente;
- Problemas de fertilidade;
- Doença inflamatória prévia nas trompas;
- Gravidez por processos de fertilização in vitro.
- Histórico de endometriose;
- Histórico de DST;
- Histórico de cirurgias na região abdonomal, pélvica ou abortos anteriormente;
- Uso inadequado de DIU;
- Uso de contracepção de emergência, como a pílula do dia seguinte;
- Tabagismo;
- Gravidez após laqueadura.
Como descobrir uma gravidez ectópica?
Os principais sintomas de uma gravidez ectópica são o atraso menstrual, comum em qualquer tipo de gravidez, sangramento vaginal e forte dor abdominal.
A gravidez ectópica pode ser descoberta através com a combinação os seguintes procedimento: ultrassonografia intravaginal, por ser mais segura no diagnóstico, e exames de sangue para medir o BhCG e exames pélvicos.
Caso a mulher tenha uma grande produção desse hormônio no intervalo de poucos dias, mas o útero não apresentar alterações, é provável que a gravidez seja ectópica e que o ovo esteja alojado em outro local, como nas trompas ou ovários.
Outro exame importante para diferenciar uma gravidez ectópica de uma aborto expontâneo é a curetagem uterina. Contudo, se houver um grande risco de romptura das trompas, um procedimento cirúrgico através de lacarospocia pode ser feito para localizar o ovo.
Tratamentos para a gravidez ectópica
O tratamento para a gravidez ectópica pode ser com medicamento ou com cirurgia, a depender de quando a gravidez ectópica seja descoberta e os riscos que a mulher corre. Com a evoluçao da medicina, o tratamento da gravidez tem se tornado cada dia menos invasivo para a mulher e buscando sempre preservar sua fertilidade.
O tratamento com medicamento é usado quando os níveis de BhCG estão menores que 5.000 e quando o embrião nao tenha atividade cardiaca. O medicamento (Metotrexato) tem tido um sucesso de 78% a 96% dos casos. O medicamento é dado um dose única ou em várias doses até que o nível do hormônio BhCG baixe por completo.
Se isso não ocorrer e os níveis de hormônios continuam a crescer, aserá necessário um tratamento com cirurgia. Outro fator para a escolha da cirurgia é o grande risco de rompimento das trompas, que pode causar uma hemorragia interna grave e deve ser evitada.
É possível engravidar novamente?
Quanto antes da gravidez ectópica for descoberta e tratada, maior as chances de manter a fertilidade da mulher. Estudos revelam que o índice de gravidez normal (intra uterina) após o tratamento com medicamentos é de 65%.