Se estima que 1 em 4 mulheres no Brasil é vítima de violência obstétrica, isto é, de situações que não contemplam um tratamento humano, respeitoso e profissional durante a gravidez ou parto.
O conceito internacional de violência obstétrica define qualquer ato ou intervenção direcionado à mulher grávida, parturiente ou puérpera (que deu à luz recentemente), ou ao seu bebê, praticado sem o consentimento explícito e informado da mulher e/ou em desrespeito à sua autonomia, integridade física e mental, aos seus sentimentos, opções e preferências.
A violência obstétrica inclui uma série de tratamentos desrespeitosos, que vão desde piadinhas e comentários maldosos e preconceituosos ao completo desrespeito e intervenções médicas feitas contra a vontade da mãe durante o parto.
Um trecho de uma lista bem detalhada de exemplos de violência obstétrica:
- Tratar uma mulher em trabalho de parto de forma agressiva, não empática, grosseira, zombateira, ou de qualquer forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido.
- Tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz.
- Submeter a mulher a procedimentos dolorosos desnecessários ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição ginecológica com portas abertas.
- Impedir a mulher de se comunicar com o “mundo exterior”, tirando-lhe a liberdade de telefonar, usar celular, caminhar até a sala de espera, etc.
- Fazer graça ou recriminar por qualquer característica ou ato físico como por exemplo obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros.
- Fazer graça ou recriminar por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha etc.
- Fazer qualquer procedimento sem explicar antes o que é, por que está sendo oferecido e acima de tudo, sem pedir permissão.
Leia a lista completa no blog Estuda, Melania, Estuda
O que podemos fazer para acabar com a violência obstétrica
Se informe, passe adiante para os amigos, para mães, grávidas, todo mundo deveria entender o que é a violência obstétrica. Mesmo se você é mãe e não teve um parto ruim, dê uma lida e avalie se o que você considerou “normal” na verdade não deveria ser.
Se sofreu violência obstétrica, denuncie. Envie uma carta para o hospital, plano de saúde, divulgue nas redes sociais. Se for o caso, entre em contato com um advogado pra avaliar a possibilidade de entrar na justiça.
Saiba mais:
Leia aqui a reportagem “Na hora de fazer não gritou”, da Agência de Reportagem e de Jornalismo Investigativo.