Muito mais do que simples rabiscos, os desenhos das crianças refletem o seu desenvolvimento, já dizia Pablo Picasso que não é nada fácil desenhar como as crianças. Os desenhos acabam por ser uma forma de o seu filho se comunicar.
Os rabiscos e o império da ação
Esta forma de se expressarem tem várias fases, os primeiros traços começam pelos 14 meses onde a criança ignora de todo os limites do papel, surgem movimentos longitudinais e sem qualquer controlo ou sentido, é aí que os pais têm de intervir, na medida em que devem valorar a sua produção sem qualquer preocupação estética. Sugerimos que o deixe usar lápis mais grossos, mas não se esqueça de supervisionar, não vão as suas paredes ficar marcadas por isso. No entanto, numa etapa de rabiscos descontrolados, é inconcebivel que a criança desenhe algo real, ou seja, tentar que a criança copie ou se guie por algo pode ser prejudicial para o seu desenvolvimento.
Os desenhos das crianças, ao contrário dos adultos, vêm do interior da consciencialização à medida que lhes é compreendida, da mesma maneira que nasce a água da nascente. Os primeiros traços aparentemente não têm sentido e a criança parece não se aperceber que poderia fazer com eles o que quisesse. Frequentemente a criança olha para outro lado enquanto faz estes traços e continua a rabiscar. A criatividade gráfica torna-se num obsessivo e frutífero monologo. Por meio da ação e do movimento, a criança entre o primeiro ano e os três anos de idade acaba por descobrir a sua função expressiva e o seu sentido representativo. Nesta etapa os rabiscos têm como base o desenvolvimento físico e psicológico e não a intenção de representar algo.
Mas como podemos então interpretar o desenho dos bebés?
Posição : Todo o desenho na parte superior do papel, está relacionado com a cabeça, o intelecto, a imaginação, a curiosidade e o desejo de descobrir coisas novas. A parte inferior do papel nos informa sobre as necessidades físicas e materiais que pode ter a criança. O lado esquerdo indica pensamentos que giram em torno ao passado, enquanto o lado direito, ao futuro. Se o desenho se situa no centro do papel, representa o momento atual.
Dimensões : Os desenhos com formas grandes mostram certa segurança, enquanto os de formas pequenas parecem ser feitas por crianças que normalmente precisam de pouco espaço para se expressar ou também pode remeter à falta de confiança.
Traços : Os contínuos, sem interrupções, parecem denotar um espírito dócil, enquanto o apagado ou com falhas, pode revelar uma criança um pouco insegura e/ou impulsiva.
A pressão : Indica entusiasmo e vontade. Quanto mais forte seja o desenho, mais agressividade, enquanto que as mais superficiais demonstram falta de vontade ou fadiga física.
As cores : Cada cor tem o seu significado, mas se o desenho é só de uma cor, pode denotar preguiça ou falta de motivação.
Faça desenhos com o seu filho!